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quinta-feira, maio 05, 2005


Pharmacia
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Eldorado
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domingo, dezembro 12, 2004

una flor amarilla en la mano

... y lo que llamamos amarnos fue quizá que yo estaba de pie delante de vos, con una flor amarilla en la mano, y vos sostenías dos velas verdes y el tiempo soplaba contra nuestras caras una lenta lluvia de renuncias y despedidas y tickets de metro.

(... e aquilo a que chamamos nosso amor era talvez eu estar de pé diante de você, com uma flor amarela na mão, e você segurando duas velas verdes enquanto o tempo soprava contra nossos rostos uma lenta chuva de renúncias e despedidas e bilhetes de metrô.)
>> julio cortázar

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não se mate

carlos, sossegue,
o amor é isso que você está vendo:
hoje beija, amanhã não beija,
depois de amanhã é domingo
e segunda-feira ninguém sabe o que será.
>> carlos drummond de andrade

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terça-feira, novembro 23, 2004

You are connected to 2636607 people through 69 friends

tanta gente, meu Deus, e eu aqui sozinho de madrugada!

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quarta-feira, novembro 17, 2004

se o rob namorasse o jim carrey

tarde de um sábado comum, o telefone toca. é o rob.

- e ae seu veado, te acordei?
- naum, gay, eu já tinha acordado.
- olha só, eu vou passar aí daqui a pouco pra pegar aquele livro, que eu vou precisar pra fazer um trabalho.
- e quem disse que eu vou te emprestar?
- tu vai me emprestar pela nossa amizade, seu fresco.
- uhm, será?... tá bom. que horas tu vem aqui?
- agora à tarde, já tou saindo. tu vai ficar em casa?
- vou, o cleyton disse que talvez viesse aqui.
- escuta, eu vou com um menino que eu conheci da Internet... a gente tá ficando...
- quem é? eu conheço?
- não sei, mas tu vai conhecer quando eu chegar aí.
- então tá, gay.
- tá bom, já já eu tou aí.

Mais tarde, estou lendo no quarto, o rob abre a porta de casa.

- cheguei -, diz ele, colocando a bolsa no chão, perto da cama. - o menino tá aqui fora, eu vou chamar ele pra entrar.

o rob vai até a porta que ainda estava aberta e chama alguém. pelo vidro eu vejo um cara alto, enquanto ele tira a sandália pra deixar na porta. então ele entra.

é o jim carrey.

- johnny, esse é o jim -, apresenta o rob. - jim, johnny.
- prazer -, eu digo.
- prazer -, responde o jim carrey. em português mesmo, sem sotaque.
- vamos lá pra sala.

fico meio desconcertado. o rob conta que eles entraram em contato pelo orkut, depois pelo msn messenger. tudo na semana anterior. o jim carrey tinha acabado de fazer "Desventuras em série". O trailer já tá até passando aqui.

o rob fala pra ele que ainda não assistiu nem a "Brilho eterno de uma mente sem lembranças". Ele responde que ele tem em dvd na casa dele, e vai chamar o rob pros dois assistirem juntos. a esta altura, meu queixo está em pedaços no chão, mas ninguém parece notar. com esforço, digo "eu vi no cinema. achei muito bonito, fiquei emocionado". o jim responde algo como "é, o kaufman é realmente genial". depois dá um sorriso pro rob e fica acariciando a mão dele. acho que comecei a suar frio.

- acho que vou pegar água lá em cima, aqui embaixo não tem -, digo eu, levantando e já pegando a garrafa na geladeira.
- eu vou lá contigo, quero pegar um pouco de café com leite -, responde o rob, calçando a sandália pra subir comigo. Lá em cima, eu não agüento mais.

- rob! por que tu não me falou que tava ficando com o jim carrey??? por quê???
- mas a gente se conheceu mesmo ontem! eu até te liguei, mas tu não atendeu o telefone...
- rob, eu não acredito!
- aí a gente ficou ontem à noite, fomos à ponta negra. ele é super carinhoso -, diz o rob, com um certo ar amoroso.

fico calado um tempinho, depois digo pra ele:

- ah, eu tenho que falar com a mamãe aqui no quarto, me espera aí antes de descer.
- tá, vai logo, a andréia pode chegar e se assustar com o jim lá embaixo.

vou ao quarto da mamãe. pego um pedaço de pano, e um vidro na gaveta de remédios. abro e jogo um pouco no pano. coloco de volta no lugar.

na cozinha, o rob coloca leite em pó no copo de café. ele está de costas pra mim. rapidamente, eu chego por trás e coloco o pano sobre o nariz e a boca dele, enquanto o seguro com força com o outro braço. por sorte tudo é muito rápido, eu não agüentaria segurar se ele se debatesse muito.

ele fica pesado, então o deixo cair no chão, com cuidado pra não bater a cabeça. puxo pelos braços um pouco para deixá-lo atrás da mesa de jantar. a babalu (é uma cadelinha), que estava deitada ali, se afasta e vai deitar noutro canto.

deixo o pano na pia, pego a garrafa de água e desço. lá embaixo, o jim carrey está olhando os cds - a parte de música brasileira. eu entro, ele olha, eu sorrio, ele sorri de volta, um pouco sem graça.

- você quer água, jim? - eu pergunto.
- quero sim... - responde ele, meio assim. logo depois, ele pergunta: - ahn, cadê o rob?
- ah! ele ficou com vontade de ir ao banheiro, e resolveu usar o lá de cima mesmo - respondo, enquanto coloco água num copo e entrego a ele. Ele bebe, enquanto eu o observo. Ele não diz nada. Silêncio.
- eu acho q ele vai demorar... - digo, deixando a frase um pouco no ar, e dando um sorrisinho. Ele dá um sorriso constrangido de volta.
- ah...

sento perto dele, tomo um pouco de água que coloquei pra mim também. e falo, como quem não quer nada:

- tá quente aqui, você não acha?


jim carrey, pensando no sumiço do rob

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segunda-feira, setembro 20, 2004

as coisas mais legais da atualidade

Tá difícil eu me soltar dessas coisas:
>> a edição especial de colecionador de "Veludo azul", do David Lynch: este filme sem dúvida está na minha lista de 10 mais, na lista dos 5 melhores dos anos 80 e na lista das obras de arte mais extraordinárias do século passado
>> "A liga extraordinária - Vol. 2", do Alan Moore e do Kevin O'Neill: uma história em quadrinhos que engloba diversos outros livros. Um pouco como o "Livro de areia", do Borges, em que o leitor tenta virar as páginas para chegar à última, mas enquanto o faz outras páginas vão aparecendo, como um livro que se lê para sempre
>> o CD do Franz Ferdinand: "tell you of the boys I hate, of the girls I hate, of the words I hate, of the clothes I hate, how I'll never be anything I hate, you smile and mention something that you like, oh, how you'd have a happy life if you did the things you like..." (Matinée)
>> o CD do Mombojó: "Durmo sempre no meu quarto sozinho... esperando você chegar... a janela tá aberta, a casa é sua, pode morar..." (Baú), ou "Se eu choro é por causa de você, se eu deixo os dias passarem assim, é porque eu perdi a vontade de viver, alegre ou triste o que é que vai mudar em mim?" (Estático)
>> o CD "Tourist" do St. Germain, faixa um, faixa sete: jazzie, loungy, housy.

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sexta-feira, agosto 20, 2004

dez nomes que justificam pagar pra assistir duas vezes (por enquanto) a "Brilho eterno de uma mente sem lembranças"

1. charlie kaufman (ele bolou/escreveu a coisa toda)
2. jim carrey (tapete vermelho pra ele)
3. kate winslet (poxa, como ela interpretou bem aquela personagem tão bacana!)
4. mark ruffalo (tá ótimo!)
5. elijah wood (tão cute!)
6. michel gondry (ele dirigiu tudo)
7. kirsten dunst (mandou bem num papel que não parecia, mas foi fundamental)
8. james warren (autor da música que abre e fecha o filme, "Everybody's got to learn sometime")
9. beck (ele canta a música)
10. eu (fala sério, você me apagaria de suas lembranças?)

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sexta-feira, agosto 13, 2004

nunca sem minha filha
dia 15 de agosto, às 21h (horário de Manaus), no canal MGM. Programe-se.

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sexta-feira, agosto 06, 2004

right now
send me an angel... send me an angel... right now... right now...

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domingo, julho 04, 2004

roteiro 


tou no onibus indo pra Gay Pride, e depois pro After Parade, que vai ter o Renato Lopes tocando. party, people, happy day!



Atenção: Este E-Mail foi enviado pelo celular: 09299942815

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quarta-feira, junho 09, 2004

outras coisas que eu queria dizer
henderson, eu li um post enorme que você me mandou por email e conta um final alternativo pra Malhação. confesso que não entendi muita coisa mesmo não. tem personagens que mudam de nome? se tiver vai ser demais!

o favero me emprestou um CD com um monte de MP3, inclusive do recém-lançado Franz Ferdinand, banda escocesa de que o omar já havia falado, mas que eu ainda não havia escutado. tipo, rock com levada disco, com guitarras e baterias no ritmo quatro-por-quatro. Como diz o gusmão, c'est très très cool, très très chic!

e falar em CD e omar, ele acabou nem me emprestando o mombojó. e nem deve tá ouvindo lá no Rio, onde deve ter MUITO mais o que fazer - né não omar? aliás, o que era, hein, omar? :)

no mais, este fim de semana espero botar em prática o plano do cleyton de encarar um programa mais cultural. Estou aceitando sugestões.
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a magia, a terrível magia
tudo bem que alguns não tenham gostado dos dois primeiros harry potter no cinema. Chris Columbus já dirigiu "Uma babá quase perfeita" e "Esqueceram de mim", só pra citar seus pontos altos. e tem visão estreita, como todo americano, para quem ele escreve seus roteiros padrão americano-médio-na-faixa-dos-20-aos-24-anos. foi preciso vir o alfonso cuarón, cidadão de um país que sabe que existem outros países no mundo, para tirar os personagens daqueles cenários bem acabadinhos, fazer eles pisarem no chão, desarrumar (finalmente) o cabelo do protagonista, e mostrar que o mundo da magia também pode ser não apenas escuro, mas verdadeiramente assombroso e terrível.

e digo isso porque o filme também me surpreendeu. a história não só tem um clima funesto, mas em certos momentos ascende a um terror genuíno (não que isso seja péssimo, pelo contrário, mas a história já não é mais para crianças). e, mostrando que o cuarón tem mesmo domínio da coisa, o filme tem elementos de suspense e emoção mais intensos do que os anteriores inteiros.

nesse terceiro episódio, harry faz uma magia na casa dos tios, e acha que vai ser expulso de hogwarts. ele foge de casa, mas logo é resgatado e levado à casa da família de rony. enquanto isso, um suposto assassino perigoso fugiu de azkaban, a prisão dos bruxos, e harry viria a descobrir depois que ele estaria envolvido, ao lado de Voldemort, no episódio que levou à morte de seus pais.

todos acreditam que o bruxo escapou para acabar de vez com a raça de Harry, e tentam protegê-lo de todas as maneiras. Mas o garoto não se importa se o fugitivo encontrá-lo: ele quer vingança.

é aí, entretanto, que rowling começa a dar mostras de que não aprendeu a escrever histórias em hollywood não. harry descobre que as coisas não são bem como parecem. os rumos mudam de uma forma vertiginosa. a morte por vezes parece um vulto negro e funesto à frente, próxima como um abraço. quando as coisas se encaminham para uma solução, existe um abismo à frente. e quando o pior parece inevitável, o inesperado oferece uma saída.

isso sem contar que, a partir do terceiro livro, a série ganha profundidade: revelações tão dramáticas quanto miraculosas aparecem a todo momento, e a luta de um jovem bruxo contra seu perseguidor ganha estatura de conflito mundial, com perspectivas pouco esperançosas.

mas ainda é preciso esperar pra ver. pelo menos por enquanto, o que dá pra dizer é que harry potter e o prisioneiro de azkaban indicou um caminho a ser seguido para as próximas adaptações. vamos ver, vamos ver.
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american splendor
fico devendo ao daniel ter assistido a esse filme, já que ainda naum saiu em dvd e nem passou nos cinemas daqui. sabe aqueles filmes que você assiste e logo depois te dá vontade de retomar todos os seus projetos inacabados? que te deixa com uma sensação bacana por dentro? que mostra que até a vida comum pode ser extraordinária, quando a gente olha por um determinado ângulo? um dos últimos filmes bacanas assim a que eu assisti foi "Quase famosos", eu acho.

O nome em português foi "Anti-herói americano". Dirigido por um casal que eu esqueci o nome. Com um ator chamado Paul Giamatti, especializado em fazer pontas em outros filmes. O filme conta a história da vida do autor de quadrinhos Harvey Pekar, um americano que trabalhou muito tempo como arquivista, até conhecer o Robert Crumb - pai do quadrinho underground e criador do "Mr. Natural", que eu vou comprar com o Daniel.

Ele adora o que o Crumb faz com seus quadrinhos, e decide fazer algo parecido: ele começa a fazer esboços de histórias sobre cenas corriqueiras do dia-a-dia. Everyday life, everyday people. Crumb gosta do trabalho e começa a desenhar pra ele. Os episódios são publicados. Ele começa a ficar famoso. Seus quadrinhos contam sua vida: seu trabalho nos arquivos, seus colegas de trabalho, seus passeios na rua, o encontro com aquela que viria a ser sua esposa até os dias atuais, uma difícil luta contra o câncer... Ele se torna o criador de seu próprio personagem.

O filme tem partes dramatizadas, com cenas filmadas com atores, e partes de documentário, em que o próprio Harvey Pekar, sua esposa e até amigos dão depoimentos. E os desenhos dele, feitos por diversos quadrinistas, aparecem no meio do filme - e vem uma historinha criada por ele encartada no dvd.

"a vida comum é uma coisa complexa", diz o personagem, no que virou o subtítulo do filme. o que me impressionou foi que o cara escreveu sobre sua própria vida de uma forma tão singular que outras pessoas se reconheceram nele. as boas histórias, eu acredito, devem ser assim: mostrar que qualquer pessoa, com seu passado, seu background e suas idiossincrasias é um baú de coisas extraordinárias; mas que, mesmo sendo tão diferentes, todos nós guardamos a mesma essência, simplesmente porque somos seres humanos. Somos ao mesmo tempo diversos e iguais.

o alan moore já tinha dito a mesma coisa pela boca do Dr. Manhattan, em "Watchmen", num episódio que eu considero uma das grandes obras da humanidade. Dr. Manhattan, que é onisciente e onipotente, foge da Terra para Marte, porque não consegue ver mais sentido na humanidade e seus problemas do que na estrutura de um átomo de hidrogênio. Laurie foi sua namorada, e tem de fazê-lo voltar para salvar o planeta de uma catástrofe. eles travam um longo diálogo de surdos, até que Laurie começa a acreditar que sua própria vida não tem sentido, ao descobrir que seu verdadeiro pai é o homem que sua mãe mais odeia. Então o Dr. Manhattan muda de idéia. Não é mentira, eu já cheguei às lágrimas lendo esse texto (no original em quadrinhos):

"- Em cada par humano, milhões de espermatozóides avançam rumo a um só óvulo. Multiplique as possibilidades por incontáveis gerações, junte à chance de seus ancestrais estarem vivos; de se encontrarem; de conceberem esse precioso filho, essa exata filha... até mesmo sua mãe amar um homem que tinha todas as razões para odiar, e dessa união, das milhões de crianças competindo pela fertilização, foi você, apenas você que emergiu... extraindo uma forma específica desse caos de improbabilidades, como o ar se transformando em ouro... isso é o pináculo do improvável... o milagre termodinâmico.

- Mas se eu, meu nascimento, se isso foi um milagre termodinâmico... pode-se dizer o mesmo de qualquer pessoa no mundo! - diz Laurie.

- Sim. Qualquer pessoa no mundo. Mas o mundo é tão cheio de pessoas, tão repleto desses milagres que eles se tornam lugar comum e nós esquecemos... eu esqueci. Nós contemplamos continuamente o mundo e ele se torna opaco às nossas percepções. No entanto, encarado de um novo ponto de vista, ainda pode nos tirar o fôlego. Vamos... enxugue as lágrimas, porque você é vida, mais rara do que um quark e mais imprevisíveldo que qualquer sonho de Heisenberg; a argila na qual as forças que moldam a existência deixam as impressões digitais mais visíveis. Enxugue as lágrimas... e vamos para casa."

pois é. a vida comum é uma coisa complexa. e extraordinária.
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terça-feira, junho 08, 2004

i've been a bad boy...
eu sei que eu tenho decepcionado sistematicamente vocês deixando de escrever aqui. sei até que tenho decepcionado outro monte de amigos também por não ligar. sei que tenho decepcionado.

não vou prometer, mas vou tentar mudar. já estou até conseguindo sair um pouco mais cedo do jornal. já sarei de uma gripe escrota de uma semana. já dei plantão este mês. o mundo se abre à minha frente. e entre filmes, leseiras, e conversas anárquicas no horário do almoço, eu tenho algo a dizer.

e soh pra compensar a falta de posts nos últimos dias eu vou colocar vários pequenos.
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