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domingo, maio 23, 2004

somente
eu queria querer só sexo. se eu quisesse só sexo, não me importaria tanto em pedir. mas um pouco mais já dá a impressão de que é muita coisa. e coisa do tipo que não se pede. se pedir, perde o encanto.

e aí quando me oferecem eu não quero. às vezes começa tudo promissor, uma impressão em jato de tinta de alta definição sobre papel couché. mas aí parece que cai água em cima. e os olhos não conseguem mais cruzar, o beijo não morde mais e nenhum abraço aperta como da primeira vez.

sim. de vez em quando tudo é tão complicado. faz crer que o meu mecanismo interior não combina com as peças do maquinário lá fora. as rodas giram ao contrário e os dentes batem em outros dentes.

no fundo acho que não sei sentir. não sei ser humano. e alguém até já disse isso.

ps. alguém já postou via celular da AM Cel? dá pra tirar aquela mensagem anexa que diz o número do telefone?
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sábado, maio 22, 2004

experiência
se eu ficar aqui bem quietinho ninguém vai notar minha ausência
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segunda-feira, maio 10, 2004

Se vocês acham que eu não trabalho
Pra começar, hoje é Dia das Mães, eu tive de sair do tradicional almoço em família e vir para o jornal. Tudo parecia estar super tranqüilo. Até que foram aparecendo tantas coisinhas pra fazer que a minha mente se dispersou por inteiro. Mais ou menos como se uma coisa explodisse na minha frente e eu tentasse acompanhar com os olhos pra onde ia cada um dos pedacinhos dela.
Até aí normal. Mas pra piorar, fizeram uma mudança no sistema da rede que me deixou um tempaço sem poder fazer o que eu tinha de fazer. Fiquei nervoso, principalmente porque hoje é a primeira vez que eu faço isso. Eu não duvido: todos os meus músculos devem ter se contraído hoje - e a maioria ainda não voltou ao normal.
E aí me ligaram durante o dia - acho que foi o Luiz Carlos. Precisava ligar para outras pessoas também, mas não deu. Fiquei até de ligar para o Omar (saber porque ele deu cano no fim de semana).
Mas agora acho que não tem nada a ver dizer isso. Ninguém gosta de ouvir reclamações dos outros. Acho que é porque ainda estou no piloto automático. Não consigo pensar em nada espirituoso, diferente. Me liguem, talvez falando com alguém eu volte ao normal.
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sexta-feira, maio 07, 2004

gente,
nem sei com que cara eu posso voltar a escrever aqui, depois de quase duas semanas sem expressar sequer um pensamento alheio. Alguns dias eu sequer pude pensar em conectar aqui de casa, mas outros dias eu tive tempo e não fiz. O último sábado, por exemplo. E o domingo à tarde. Mas enfim. Já estou escrevendo.
Aconteceram muitas coisas desde o dia 24 de abril. Fiz aniversário, voltei a morar no meu quarto, assisti não só ao "Kill Bill" como "Encontros e desencontros" e falei com a Déia.
Do mais antigo pro mais recente, então. Três dias depois do meu último comentário voltei a morar no meu quarto. Também não agüentava mais esse computador, essas mesas, esse chão e essa porta que faz a ligação com o mundo exterior. Meu quarto agora tem um banheiro novo, piazinha com espaço pra colocar montes de coisas de banheiro. O quarto também tá arrumadinho, limpinho (por enquanto), livros arrumados, desempoeirados, lidos por inteiro, até a metade ou ainda no plástico. E pra quem for dormir aqui algum dia: graças a minha mãe, agora tenho um colchonete decente.
E eu vi o "Kill Bill". Que filme extraordinário. Não tem o que criticar. Teve quem achou que era sangue demais, teve quem achou a história sem pé nem cabeça e quem não sabia que o filme continuava. Pela ordem, eu diria que são: gente que tem traumas com sangue, retardados e alienígenas.
E as cenas de ação arrasam mesmo. E eu que já tinha visto "O pagamento", que tem montes delas, fiquei excitadíssimo. E a Entertainment Weekly da semana da estréia do KB 2 nos EUA disse que, no final, o filme é uma história de amor. O NYT também escreveu uma reportagem elucidativa mostrando as referências usadas nos dois filmes, o primeiro marcadamente de filmes de kung fu japoneses e o segundo do faroeste americano. E o repórter disse, e eu achei bacana, que dessa forma o Tarantino mostra como as tradições de filmes de vingança do Oriente e do Ocidente influenciaram uma à outra - do americano John Ford que influenciou o japonês Akira Kurosawa que influenciou o italiano Sergio Leone e por aí vai -, de forma que a história da vingança no cinema mundial carrega indistintamente uma herança de toda essa mistura cultural. Simplesmente.
Um trecho: "EW - Um crítico sugeriu que ninguém que tenha um filho (obs.: o Tarantino não tem filhos, mas se dá super bem com a filha da Uma Thurman, Maya) poderia ter escrito a cena em que a Noiva mata Vernita na frente da filha desta. QT - Eu completa e profundamente discordo. Quando você lida com gêneros de filmes de kung fu de Hong Kong e faroestes spaghetti, ou mesmo faroestes americanos, isso é praticamente uma regra estabelecida nestes filmes: a criança vê seus pais serem assassinados e passa o resto da vida vingando suas mortes. Naquele momento a criança morre e o guerreiro nasce: este é o simbolismo."
E "Encontros e desencontros". Eu já fiz uma matéria sobre. Não sei mais o que dizer, além de que é um filme muito belo, denso e suave ao mesmo tempo, que o Bill Murray é um ator de talento extraordinário, a Scarlett Johansson uma atriz de beleza extraordinária, e a Sofia Coppola uma mulher extraordinária.
E que país é aquele? As cenas que mais ficaram: dos luminosos nos prédios e ruas e sinais incompreensíveis pelo caminho; da caminhada solitária da garota por um parque, onde ela vê uma gueixa; dela sentada na janela, à beira de Tóquio lá embaixo; dos dois passeando à noite, quando cantam videokê e se encontram em uma casa de striptease; e o final, claro. E a trilha sonora super bacana.
Pronto, agora cheguei no Air. O lance é que eu recebi ontem um disco que eu tinha pedido há quase um mês, "Talkie walkie". Tem "Alone in Kyoto", uma das músicas do filme. E um monte de outras super cool. O Air é talvez a banda mais representada pelo nome. As músicas são quase sopros acústicos. Talvez sejam os vocais meio sussurrados, com uma leve reverberação. Já gosto demasiadamente, além da "Alone", de "Run", "Biological" e "Venus". A letra dessa: "You could be from Venus/ I could be from Mars/ We would be together/ Lovers forever/ Care for each other/ You could live in the sea/ And I could be a bird/ We would be together/ If you were an illusion/ I would make it real/ We would be together/ Lovers forever/ Care for each other/ If you walk in the sun/ I would be your shadow/ We would be together/ Lovers forever/ Care for each other"
A letra pode até ser simplória (eu diria singela). Mas só ouvindo a música.

Pra não esquecer >>> fiz aniversário anteontem. O Beto me ligou, nem esperava, brigadaum hein! Teve festa no Porão. Não falei pra ninguém, só pro Luiz Carlos que me ligou e acabou me levando pra e trazendo de lá. Além do Luiz, estiveram lá o Yusseff, o Daniel (Valentão), a Márcia, o Omar, a Adriana e a Lu. A gente tomou toda a bebida existente no planeta (ou quase). Rimos pra caramba. Demos umas cantadinhas. O Omar, claro, deu uns passinhos de dança - como ele faz todo dia na redação - e mostrou pra todo mundo a tatuagem flúor dele. Dissemos toneladas de bobage. E quando cantaram parabéns pra mim, felizmente eu já não estava mais nem aí pros arredores. E porque bebida tem essas coisas, rolou muito sentimento. Todo mundo caiu emocionado, lúbrico, carente, essas coisas todas que vêm com o álcool. Mas é sempre bom abraçar quem a gente gosta e gosta da gente. Dizer (e ouvir de volta também) que esse pessoal com quem eu passo boa parte da vida é o que faz valer a pena. >>> E eu vou parar, pra não ficar muito xarope. No fundo, eu só queria dizer que foi um dos melhores aniversários da minha vida. Valeu, todo mundo =)

PS. Mãe, nem vi você no dia do meu aniversário. Mas o livro que você deixou pra mim. Fiquei emocionado. Também gosto muito de você.
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